segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Árvore de Natal


Sibélia Zanon


A árvore de Natal é uma tradição que ganha vida em muitas casas, a cada ano. “A árvore de Natal com as velas acesas surgiu somente por volta do ano 1600 na Alemanha. Utilizavam-se pequenos buxos em cujas pontas se colocavam velas. As pequenas árvores de buxos, enfeitadas apenas com velas, significavam simbolicamente que em uma Noite Sagrada viera a Luz para a Terra... Mais tarde se utilizaram de árvores maiores, tipo pinheiro, com a mesma finalidade. Contudo, durante longo tempo as velas continuaram como único enfeite das 'árvores de Natal'”, conta Roselis von Sass, em sua narrativa sobre costumes natalinos de tempos passados, em O Livro do Juízo Final.
      A simbologia da árvore, de modo geral, é ampla e abrange aspectos muito profundos. “Pelo fato de suas raízes mergulharem no solo e de seus galhos se elevarem para o céu, a árvore é universalmente considerada como símbolo das relações que se estabelecem entre a terra e o céu”, relatam Jean Chevalier e Alain Gheerbrant no Dicionário de Símbolos.
     Contudo, nos dias de hoje, poucos são aqueles que pensam no céu ao enfeitar a árvore de Natal. Os pensamentos ligados às obrigações e distrações terrenas e a tudo o que é material, incluindo aí as “obrigações natalinas”, parecem proliferar com mais força do que os pensamentos que nos conectam ao céu. “Nas árvores de Natal excessivamente enfeitadas de hoje, já nada mais indica que numa noite se acendera uma Luz na Terra através do nascimento de Jesus", conclui a escritora Roselis von Sass. 
     Assim, a pouca valorização do real significado do Natal reflete em muitos que se reúnem em volta da árvore. Que brilhos será que envolvem as pessoas nesse dia? Brilhos passageiros e ilusórios, feito um sopro de purpurina, ou brilhos verdadeiros como o da estrela de Belém, que calou fundo nos corações dos que puderam observá-la naqueles dias?
     Foi pensando sobre isso e observando a ansiedade das crianças da casa pelos presentes embaixo da árvore que uma mãe decidiu repensar o Natal da sua casa. Ela resolveu que, em vez de ganhar presentes, cada integrante da família iria pensar nos presentes que haviam ganhado ao longo do ano. Não necessariamente presentes materiais, mas presentes da vida. E assim, em vez de bolas brilhantes, cada um passou a pendurar fitas na árvore com palavras ou frases que simbolizavam as coisas boas que haviam vivenciado naquele ano. A árvore de presentes se transformou numa árvore de gratidão.


     O que sentir no Natal ou como sentir o Natal é uma questão que ocupa seriamente algumas pessoas. “Como é estranho, pois, que cada ser humano, que deseja que a festa de Natal atue de maneira excepcionalmente certa sobre ele, procure se transportar para a infância! Isto é, pois, um sinal suficientemente nítido de que ele nem é capaz de vivenciar, como adulto, a festa de Natal com a intuição! É a prova de que perdeu alguma coisa que possuía quando criança! Por que isso não dá o que pensar aos seres humanos!”, escreve Abdruschin na obra Na Luz da Verdade. Voltar à infância não é a solução, mas resgatar a infantilidade, a capacidade de sentir a vida com pureza pode ser uma porta que se abre para sentir o Natal de uma maneira nova, com a intuição.
    Cada árvore tem um visual, pode ser enfeitada com as bolas brilhantes, pode ser enfeitada com as fitas de gratidão, pode também ser a jabuticabeira do terraço que ganha um brilho especial. Ou ainda pode ser uma árvore erguida e cultivada no interior de cada pessoa que pensa no céu. Importante é como cada um adorna a sua árvore: com brilhos de pouco peso, tagarelados pelo comércio e soprados feito purpurina pela publicidade ou com o brilho de um acontecimento ímpar, de enorme importância. Para sentir o Natal faz todo sentido deixar de lado parte dos brilhos terrenos e pensar na conexão com o céu. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Natal


Antigas tradições mostram que dezembro sempre foi um mês especial, ligado às irradiações do amor. Jesus, anunciado por uma estrela de brilho nunca antes visto, não trouxe uma nova religião, mas abriu o caminho para que o ser humano pudesse trilhar em direção à Luz. Um novo olhar sobre o Natal e sobre o significado da vinda de Jesus.






"Apenas por alguns foi a estrela outrora reconhecida como a realização das promessas. Assim pela própria Maria e por José, que, comovido, escondeu o rosto.
Três reis descobriram o caminho para o estábulo e ofereceram presentes terrenos; contudo, logo a seguir deixaram a criança desamparada, cujo percurso na Terra deviam amparar com seus tesouros, com seu poder, para que nenhum sofrimento lhe adviesse durante o cumprimento de sua missão. Não reconheceram devidamente suas sublimes incumbências, não obstante terem sido elucidados para poderem achar a criança.
Um estado de inquietação impelia Maria a deixar Nazaré, e José, vendo seu sofrimento silencioso, sua ansiedade, lhe satisfez a vontade, só para alegrá-la. Entregou os cuidados de sua carpintaria ao mais velho de seus ajudantes e viajou com Maria e a criança para um país longínquo. Com o decorrer dos dias de trabalho e com as preocupações diárias se foi apagando nos dois lentamente a lembrança da estrela radiante, principalmente pelo fato de Jesus não haver mostrado nada fora do comum em sua infância, e sim ter sido inteiramente normal como todas as crianças.
Só depois que José, que sempre foi o melhor amigo paternal de Jesus, após seu regresso à cidade natal, veio a falecer, foi que viu, nos últimos momentos terrenos de seu trespasse, por cima de Jesus, que estava sozinho junto ao seu leito de morte, a Cruz e a Pomba. Trêmulas foram suas últimas palavras: “Então és tu mesmo!”
O próprio Jesus nada sabia disso, até que se sentiu impelido para João, a respeito de quem estava informado de que revelava sábios ensinamentos no Jordão e batizava.
Nesse ato material grosseiro de um batismo, o começo da missão se radicou solidamente na matéria grosseira. A venda caiu. Jesus, a partir desse momento, tornou-se cônscio de que devia trazer a Palavra do Pai à humanidade terrena.
Sua vida inteira desenrolar-se-á assim diante de vós, conforme realmente foi, despida de todas as fantasias dos cérebros humanos! Com a conclusão final dos acontecimentos no Juízo, tudo se tornará notório a todos na vitória da Verdade, que não mais deverá ser obscurecida por longo tempo! Maria lutou dentro de si com dúvidas que se fortaleceram com os cuidados maternos pelo filho até a difícil caminhada para o Gólgota. De modo inteiramente humano e não sobrenatural. Somente lá lhe veio finalmente o reconhecimento da missão de Jesus e, com isso, a fé.
Agora, porém, com a volta da estrela, devem por graça de Deus ser desfeitos todos os erros, e desfeitos também todos os enganos daqueles que, sem agir por obstinação nem má vontade, ainda assim dificultaram o caminho de Cristo naquele tempo e que agora, no termo final, chegaram ao reconhecimento e procuram reparar o que negligenciaram ou erraram.
Ante essa vontade de reparação, vem ao encontro deles a salvação com a estrela radiante, e libertados poderão eles, jubilosamente, agradecer Àquele que em Sua sabedoria e bondade criou as leis, pelas quais as criaturas devem julgar-se e também redimir-se."

A estrela de Belém