Uma visão espiritualista sobre a
Imperatriz
que consolidou o destino do Brasil
“Assim aconteceu de Leopoldina ficar logo conhecendo pessoalmente muitas personalidades, aumentando dia a dia as suas responsabilidades. Desde o começo teve, assim, de assumir uma posição excepcional, dado que na época não era costume mulheres tratarem o que quer que fosse com homens. Pelo menos no Brasil e em Portugal.”
Roselis von Sass
propõe ler o Brasil de forma espiritualizada e efetua um exame detalhado dos
fatos que antecederam a Independência do Brasil e culminaram com a
emancipação política do país.
Jovem, Maria Leopoldina,
princesa da Áustria, viu-se conduzida a um mundo distante – o Brasil. Tornou-se
a primeira mulher a ter seu papel político reconhecido no país.
Pode-se dizer que
a educação que a princesa recebeu na Áustria foi uma educação-modelo para a sua
época. Faziam parte de seus estudos: leitura, escrita, aritmética, alemão,
francês, italiano, latim, desenho, pintura e música. Leopoldina era
especialmente interessada em mineralogia, botânica, ciências naturais,
astronomia e física, tendo ainda talento para a música e a pintura.
Em diversos
momentos na sua formação, ela teve a atenção voltada para o Brasil.
Inicialmente, aos 10 anos, por conta de um professor de religião, padre jesuíta
vindo de Roma, que contava sobre as perseguições aos jesuítas no Brasil, sobre
o Descobrimento e a perseguição aos índios. Leopoldina sentia-se atraída por
aqueles relatos e passou a conhecer a História do Brasil melhor do que qualquer
pessoa na Áustria.
Junto a seu crescimento
intelectual, ela passava interiormente por importantes experiências. Quando criança,
pôde ver sua mãe falecida em algumas ocasiões. As suas narrativas a este respeito
geravam estranheza e certa repulsa nos mais velhos.
Mas aquelas
visões tiveram importante influência em sua vida, pois foi dessa forma que ela passou
a compreender que as pessoas não morriam realmente, porém “se arrastavam para
fora do casulo”. Assim a menina comparava a morte do corpo humano físico com a
transformação vivida pelas borboletas.
Naquelas ocasiões,
sua mãe aparecia sempre envolta em uma luz azul-clara, e mais tarde Leopoldina
viu aquela mesma luz em momentos decisivos e fundamentais de sua vida, podendo
confiar nos auxílios que surgiram.
Quando a princesa
Leopoldina chegou ao Brasil, tinha 20 anos de idade. Por todo o período em que
esteve no país, lutou junto a grandes personagens pela Independência. A vida
difícil ao lado de Dom Pedro nunca se constituiu em empecilho para suas
importantes realizações. Leopoldina segui sempre em frente, guiada por
grandes objetivos.
Uma das personagens
mais importantes de nossa história, Leopoldina trouxe, na sua comitiva,
cientistas e artistas; no seu espírito, esperança e missão. O grande poder de
decisão e a perseverança da Imperatriz influenciaram na formação de novos
caminhos para o país, culminando com o famoso grito da Independência.