quarta-feira, 25 de abril de 2018

Os berços da humanidade



Ainda hoje, historiadores descobrem marcos na busca da origem da humanidade. Pesquisando elos perdidos na evolução do ser humano, cientistas se debruçam também sobre as teorias a respeito dos locais em que teriam surgido os primeiros seres humanos.
A teoria mais aceita pela ciência até pouco tempo mostrava que o homem moderno evoluiu em um único “berço de humanidade” há 200 mil anos na Etiópia, leste da África. Ele teria empreendido longas jornadas, ao mesmo tempo em que evoluía em sua caminhada sobre a Terra. Surgido na África, teria emigrado à Europa e à Ásia e, mais tarde, à Oceania e à América do Norte.
Evidências de presença humana muito antiga em certos lugares já contradiziam as expectativas sobre a origem do ser humano estar sedimentada exclusivamente em um ponto do continente africano. Recentemente, fósseis de cinco humanos encontrados no Marrocos, norte africano, mudam o que a ciência julgava correto sobre os primeiros seres humanos terem surgido exclusivamente no leste da África.
Segundo o livro Os Primeiros Seres Humanos, de Roselis von Sass, havia ao todo sete diferentes berços da humanidade. “Essas regiões eram denominadas ‘berços da humanidade’, já que foram os lugares de nascimento dos primeiros seres humanos na Terra.”

Segundo a autora, “Hoje apenas se pode indicar as suas posições aproximadamente, pois essas regiões que brilhavam na mais maravilhosa beleza da natureza já há muito tempo não existem mais. Em parte se acham sob as águas, ou estão cobertas por gigantescas camadas de gelo; algumas se encontram soterradas sob a areia de desertos. Também erupções vulcânicas contribuíram para sua destruição. Essas transformações processaram-se no decorrer do tempo”.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

O tamanho do silêncio

Sibélia Zanon


Uma colega me disse uma vez que não gosta de viajar para o meio da natureza ou para cidades muito pequenas porque não aguenta tamanho silêncio.
Fiquei pensando sobre os silêncios e observando alguns deles. O silêncio de fora e o silêncio de dentro.
É possível conquistar o silêncio de dentro, mesmo quando não existe o silêncio de fora, mas o silêncio de fora parece favorecer o silêncio interno.
Já parou para escutar o silêncio?
Parece um paradoxo, mas num lugar silencioso podemos escutar muitos sons. Pode haver diferentes pássaros, que se revezam no canto, a água que pinga de uma bica, grilos ou cigarras e, lá no fundo, o som distante de um rio trabalhando sobre as pedras.
Essa nova capacidade de escutar faz com que possamos notar e valorizar um outro som, bem de perto: o som da nossa própria respiração.
Dentro de um silêncio cabe muita coisa. Cabe encontro, quando nos sentimos unidos a alguém que está perto, e cabe desencontro, quando o silêncio vira penhasco entre duas pessoas.
Cabe também um efeito surpreendente: quando guardamos silêncio sobre algo importante e alimentamos aquele pensamento, o silêncio resguarda e fortalece o potencial daquela semente-pensamento como se fosse uma estufa.
Se o silêncio de fora não é estagnação, o silêncio de dentro pode também não ser. Quando o turbilhão de pensamentos barulhentos se apaga, abre-se novo espaço para a escuta interior mais apurada.

Pode ser que, por incentivar o silêncio de dentro, alguns não gostem tanto do silêncio de fora. Mas melhor seria fazer as pazes com o silêncio de dentro porque, por mais que a gente tente ocupá-lo com diversos barulhos, vez ou outra ele vai se rebelar e se fazer ouvir.